quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Vamos ser melhores a cada novo dia.

Cem Recomendações
para a Vida
Dalai Lama
1 - Descubra seu maior defeito e disponha-se a corrigi-lo.

2 - Escolha até três exemplos de vida e determine-se a segui-los.

3 - Tenha força e sabedoria para resistir às tentações do mundo.

4 - Cultive a força da tolerância de forma a compreender, aceitar, assumir responsabilidades, ter determinação e melhorar as circunstâncias externas. Então, passe a cultivar a tolerância pela vida, a tolerância por todos os darmas e a tolerância pelos darmas não-surgidos de maneira a transformar o cultivo da tolerância em força e sabedoria.

5 - Aprenda a se adaptar à pressão externa e não se deixe afetar por ela.

6 - Seja ativo e destemido. Pense antes de agir.

7 - Envergonhe-se do que ignora, do que é incapaz,
do que o torna impuro e rude.

8 - Faça com freqüência algo que toque o coração das pessoas.

- Sinta-se bem sob qualquer circunstância, siga as condições corretas, esteja sempre livre de aflições e faça tudo com alegria no coração.

10 - Ser corajoso e virtuoso é ter a capacidade de admitir os próprios erros.

11 - Aprenda a aceitar perdas, falsas acusações,
contratempos e humilhações.

12 - Não inveje aqueles que praticam boas ações ou dizem boas palavras.
Tenha sempre na mente, bondade e beleza.

13 - Não empurre os outros para a beira do abismo; ao contrário, dê-lhes espaço para recuar — um dia eles poderão lhe ajudar.

14 - Sirva àqueles que desejam fazer o bem, compartilhe um objetivo. Favoreça os outros e respeite seus anseios.

15 - Seja amável e humilde ao relacionar-se com as outras pessoas. Expresse bondade em seu semblante e em sua fala.

16 - A capacidade de doar traz abundância verdadeira.

17 - Importe-se apenas com o que é certo ou errado;
não se fixe em perdas e ganhos.

18 - Deixe de lado pensamentos egoístas e dedique-se à justiça,
à verdade e ao bem comum.

19 - Viaje pelo mundo sob o céu estrelado. Vivencie a prática da procissão de mendicância pelo menos uma vez na vida.

20 - Abra mão de todas as suas posses ao menos
uma ou duas vezes na vida.
21 - A cada quatro ou cinco anos, empreenda uma viagem sozinho.

22 - Não se deixe cegar pelo amor. Não se traia por dinheiro.

23 - Não bata de frente com as coisas — aprenda a arte de ser sutil.

24 - Não há êxito sem persistência, diligência e determinação.

25 - Desenvolva autoconfiança, expectativas em relação
a si mesmo e metas pessoais.

26 - Procure ouvir boas palavras e jamais esqueça o que elas significam.

27 - Não desperdice o seu tempo. Faça planos e use o tempo com sabedoria.

28 - Seja sempre sensato, pois a sensatez é imparcial e igual para com todos.

29 - Lembre-se dos erros cometidos.
Tenha-os sempre em mente para não repeti-los.

30 - Seja qual for a sua função, desempenhe-a bem.
Não olhe para os lados.

31 - Faça tudo com boa intenção, verdade, sinceridade e beleza.

32 - Não se apegue ao passado. Olhe sempre adiante.

33 - Lute sempre pelos seus objetivos e vá longe.

34 - Planeje sua carreira, use seu dinheiro com sabedoria, purifique seus sentimentos e não se apegue a fama e riqueza.

35 - Desenvolva compreensão e visão corretas.
Não se deixe levar cegamente pelos outros.

36 - Renuncie a apegos insensatos e aceite a verdade com mente humilde.

37 - Não faça intrigas nem espalhe rumores. Não se deixe influenciar por eles.

38 - Aprenda a desenvolver sua mente, reformar seu caráter,
recuar e dar guinadas em na vida.

39 - Cultive méritos por meio de doações que estejam de acordo com sua capacidade, função, disposição e condição.

40 - Creia profundamente no Darma e contemple todas as virtudes.
Nunca faça o mal; pratique sempre o bem.

41 - Não culpe os céus nem os outros por sua infelicidade,
pois tudo tem sua causa e seu efeito.

42 - Pense no bom e belo ao invés de pensar no que é triste e penoso.

43 - Conquiste ao menos três tipos de habilitação ao longo da vida, como, por exemplo, para guiar automóveis, cozinhar, digitar, cuidar de enfermos, exercer a medicina, o magistério, o direito, a arquitetura etc.

44 - Aprenda a articular bem a fala e a escrita. Aprenda a ouvir, a apreciar, a pensar, a cantar, a pintar e a desenvolver habilidades. Quanto mais se aprende, melhor. Aprenda, ao menos, metade disso tudo.

45 - Leia ao menos um jornal por dia, para se manter em dia com o mundo.

46 - Leia pelo menos dois livros por mês.

47 - Mantenha uma rotina diária.

48 - Cultive hábitos regulares de sono e alimentação.

49 - Pratique exercícios físicos.

50 - Mantenha-se longe de cigarro, álcool, pornografia e drogas.
Administre e controle sua própria vida.

51 - Pratique meditação por, pelo menos, dez minutos todos os dias.

52 - Passe, pelo menos, metade de um dia sozinho,
uma vez por semana.

53 - Ao menos uma vez por mês, pratique o vegetarianismo,
para nutrir seu coração de compaixão.

54 - Ajude os outros e faça o bem sem esperar nada em troca.

55 - Compartilhe sua alegria e compaixão com os demais.

56 - Mantenha a capacidade de se auto-avaliar sob qualquer circunstância.

57 - Reze pelos desafortunados, onde quer que você esteja.

58 - Seja preciso em suas observações. Considere todos os ângulos e seja tolerante e compreensivo em relação aos outros.

59 - Aprecie a vida, cuide dela e não a maltrate jamais.

60 - Use seu dinheiro e suas posses com sabedoria.
Não desperdice nem gaste demais.

61 - Em tempos de alegria, contenha a sua fala;
no infortúnio, não despeje sua raiva sobre os outros.

62 - Não enalteça seus próprios méritos nem aponte os erros alheios.

63 - Não inveje nem suspeite. Méritos advêm das
realizações e da ajuda aos outros.

64 - Não seja ganancioso em relação às posses alheias,
nem mesquinho em relação às suas.

65 - Demonstre coerência entre atitude e pensamento.
Não seja iluminado na teoria e ignorante na prática.

66 - Não fique sempre pedindo ajuda aos outros.
Busque ajuda dentro de si mesmo.

67 - Faça de sua própria conduta um bom exemplo.
Não espere benevolência dos outros, mas de si mesmo.

68 - Cultivar bons hábitos é a melhor maneira de manter
uma vida íntegra e saudável.

69 - É melhor ser não-inteligente do que não-compassivo.

70 - A mente otimista é contemplada com um futuro brilhante.

71 - Construa seu próprio destino. Corra atrás das
oportunidades ao invés de esperar que elas caiam do céu.

72 - Controle suas emoções e seu humor: não se deixe levar por eles.

73 - Elogio e ofensa fazem parte da vida. Não se apegue a eles
— conserve sempre a paz interior.

74 - A doação de órgãos ajuda a prolongar a vida além
de propiciar recursos para as vidas de outros seres.

75 - Ouça o que os outros têm a dizer e
anote a essência do que eles dizem.

76 - Olhe para si mesmo antes de acusar os outros. Somente uma avaliação honesta de seus méritos e de méritos lhe dá o direito de julgar os demais.

77 - Cumpra suas promessas.

78 - Não viole o direito dos outros para beneficiar a si próprio.
Favorecer os demais, às vezes, é imperioso.

79 - Não sinta prazer em ridicularizar os outros.
Ao contrário, aprenda a fazê-los felizes.

80 - Não critique, por inveja, a benevolência do outro.
Respeite-o e siga seu bom exemplo.

81 - Não use de traição para obter vantagens.

82 - Os privilégios devem, antes de tudo,
ser oferecidos às outras pessoas.

83 - Aprenda a aceitar as desvantagens.
Saiba que, na verdade, elas são vantagens.

84 - Não se apegue a perdas e ganhos. Não faça comparações entre o que você e os outros têm ou deixam de ter.

85 - Seja sincero, impetuoso e educado.

86 - Harmonia, paz e tranqüilidade são a chave para o
relacionamento com as pessoas.

87 - Respeito, reverência e tolerância são a
tríade para manter boas relações com o mundo.

88 - A raiva não resolve problemas. Somente uma mente tranqüila e pacífica pode ajudar você a lidar com a vida.

89 - Relacione-se com pessoas virtuosas e bons mestres.

90 - Não contamine os outros com sua tristeza,
nem leve preocupações para a cama.

91 - Busque prazer e alegria em tudo o que faz,
e transmita isso a todos.

92 - Seja grato aos benevolentes e aos que prestam auxílio.
Deixe-se tocar por seus atos virtuosos.

93 - Dê um toque de serenidade a tudo o que você fizer na vida.

94 - Não existe dificuldade ou facilidade absolutas. O esforço transforma dificuldade em facilidade, enquanto a indolência torna o fácil difícil.

95 - Ajude seus vizinhos e sua comunidade e participe dos eventos locais. Assim, você se tornará um voluntário da humanidade.

96 - Só a humildade gera o bem.
A arrogância não traz nada mais que desvantagem.

97 - Aproxime-se de mestres virtuosos.
Ouça-os, seja leal e não os desacate.

98 - Ajudar os outros é ajudar a si mesmo.
Ter consideração pelos outros significa cuidar e amar a si próprio.

99 - Dê aos jovens oportunidades e ofereça-lhes
orientação sempre que necessário.

100 - Cuide de seus pais e seja amoroso com eles.

Mudanças !!!

Ensinamentos:
Oito Versos que
Transformam a Mente
Dalai Lama
Vou agora ler e explicar brevemente um dos mais importantes textos sobre a transformação da mente, Lojong Tsigyema (Oito Versos que Transformam a Mente). Este texto foi composto por Geshe Langri Tangba, um bodisatva bastante incomum. Eu próprio o leio todos os dias, tendo recebido a transmissão do comentário de Kyabje Trijang Rinpoche.
     1. Com a determinação de alcançar. O bem supremo em benefício de todos os seres sencientes, Mais preciosos do que uma jóia mágica que realiza desejos, Vou aprender a prezá-los e estimá-los no mais alto grau.
     Aqui, estamos pedindo: "Possa eu ser capaz de enxergar os seres como uma jóia preciosa, já que são o objeto por conta do qual poderei alcançar a onisciência; portanto, possa eu ser capaz de prezá-los e estimá-los."
     2. Sempre que estiver na companhia de outras pessoas, vou aprender. A pensar em minha pessoa como a mais insignificante dentre elas, E, com todo respeito, considerá-las supremas, Do fundo do meu coração.
     "Com todo respeito considerá-las supremas" significa não as ver como um objeto de pena, o qual olhamos de cima, mas, sim, as ver como um objeto elevado. Tomemos, por exemplo, os insetos: eles são inferiores a nós porque desconhecem as coisas certas a serem adotadas ou descartadas, ao passo que nós conhecemos essas coisas, já que percebemos a natureza destrutiva das emoções negativas. Embora seja essa a situação, podemos também enxergar os fatos de um outro ponto de vista. Apesar de termos consciência da natureza destrutiva das emoções negativas, deixamo-nos ficar sob a influência delas e, nesse sentido, somos inferiores aos insetos.
     3. Em todos os meus atos, vou aprender a examinar a minha mente. E, sempre que surgir uma emoção negativa, Pondo em risco a mim mesmo e aos outros, Vou, com firmeza, enfrentá-la e evitá-la.
      Quando nos propomos uma prática desse tipo, a única coisa que constitui obstáculo são as negatividades presentes no nosso fluxo mental; já espíritos e outros que tais não representam obstáculo algum. Assim, não devemos ter uma atitude de preguiça e passividade diante do inimigo interno; antes, devemos ser alertas e ativos, contrapondo-nos às negatividades de imediato.
     4. Vou prezar os seres que têm natureza perversa. E aqueles sobre os quais pesam fortes negatividades e sofrimentos. Como se eu tivesse encontrado um tesouro precioso, Muito difícil de achar.
      Essas linhas enfatizam a transformação dos nossos pensamentos em relação aos seres sencientes que carregam fortes negatividades. De modo geral, é mais difícil termos compaixão por pessoas afligidas pelo sofrimento e coisas assim, quando sua natureza e personalidade são muito perversas. Na verdade, essas pessoas deveriam ser vistas como objeto supremo da nossa compaixão. Nossa atitude, quando nos deparamos com gente assim, deveria ser a de quem encontrou um tesouro.
     5. Quando os outros, por inveja, maltratarem a minha pessoa. Ou a insultarem e caluniarem. Vou aprender a aceitar a derrota, E a eles oferecer a vitória.
      Falando de modo geral, sempre que os outros, injustificadamente, fazem algo de errado em relação à nossa pessoa, é lícito retaliar, dentro de uma ótica mundana. Porém, o praticante das técnicas da transformação da mente devem sempre oferecer a vitória aos outros.
 6. Quando alguém a quem ajudei com grande esperança. Magoar ou ferir a minha pessoa, mesmo sem motivo. Vou aprender a ver essa outra pessoa Como um excelente guia espiritual.
      Normalmente, esperamos que os seres sencientes a quem muito auxiliamos retribuam a nossa bondade; é essa a nossa expectativa. Ao contrário, porém, deveríamos pensar: "Se essa pessoa me fere em vez de retribuir a minha bondade, possa eu não retaliar mas, sim, refletir sobre a bondade dela e ser capaz de vê-la como um guia especial."
     7. Em suma, vou aprender a oferecer a todos, sem exceção. Toda a ajuda e felicidade, por meios diretos e indiretos. E a tomar sobre mim, em sigilo. Todos os males e sofrimentos daqueles que foram minhas mães.
      O verso diz: "Em suma, possa eu ser capaz de oferecer todas as qualidades boas que possuo a todos os seres sencientes," — essa é a prática da generosidade — e ainda: "Possa eu ser capaz, em sigilo, de tomar sobre mim todos os males e sofrimentos deles, nesta vida e em vidas futuras." Essas palavras estão ligadas ao processo da inspiração e expiração.
      Até aqui, os versos trataram da prática no nível da bodhicitta convencional. As técnicas para cultivo da bodhicitta convencional não devem ser influenciadas por atitudes como: "Se eu fizer a prática do dar e receber, terei melhor saúde, e coisas assim", pois elas denotam a influência de considerações mundanas. Nossa atitude não deve ser: "Se eu fizer uma prática assim, as pessoas vão me respeitar e me considerar um bom praticante." Em suma, nossa prática destas técnicas não deve ser influenciada por nenhuma motivação mundana.
     8. Vou aprender a manter estas práticas. Isentas das máculas das oito preocupações mundanas. E, ao compreender todos os fenômenos como ilusórios. Serei libertado da escravidão do apego.
      Essas linhas falam da prática da bodhicitta última. Quando falamos dos antídotos contra as oito atitudes mundanas, existem muitos níveis. O verdadeiro antídoto capaz de suplantar a influência das atitudes mundanas é a compreensão de que os fenômenos são desprovidos de natureza intrínseca. Os fenômenos, todos eles, não possuem existência própria — eles são como ilusões. Embora apareçam aos nossos olhos como dotados de existência verdadeira, não possuem nenhuma realidade. "Ao compreender sua natureza relativa, possa eu ficar livre das cadeias do apego."
      Deveríamos ler Lojong Tsigyema todos os dias e, assim, incrementarmos nossa prática do ideal do bodisatva.
      (Extraído de The Union Of Bliss And Emptiness.)